15 junho 2015

Eu só queria dizer: feminismo?

     Muita gente (muita gente mesmo) acha que feminismo é algo totalmente radical e que todas as feministas são revoltadas, sem vaidade nenhuma e infelizes na vida. Todavia essa concepção está bem errada. Existem vários tipos de feministas e, para ser uma, basta acreditar que as mulheres deveriam ser vistas em pé de igualdade em relação aos homens. Só isso. E não importa se você é homem ou mulher, você pode ser feminista. Você não precisa fazer passeatas nem dizer que os homens são só parte do problema, há uma diferença bem grande entre feminismo e feminismo radical. 

     O feminismo, propriamente dito, combate o machismo, que é a ideia de que as mulheres podem ou não fazer determinadas coisas e o que elas devem ou não fazer, sempre impondo certa superioridade do sexo masculino. O feminismo radical é o que algumas feministas fazem quando acham que todos os homens devem ser de certa forma condenados, como se todos eles inferiorizassem ou desrespeitassem as mulheres de alguma forma e merecessem se sentir inferiores como as mulheres já se sentiram, como algum tipo macabro de vingança. 
     Caso você pense que hoje em dia as mulheres já adquiriram todos os direitos e respeito necessários, você está bem enganado. Além da falta de direitos das mulheres em algumas regiões do Oriente Médio, na nossa própria sociedade há vários padrões machistas que seguimos, mesmo que inconscientemente, para não sermos mal vistas ou simplesmente corrermos perigo
     Mulheres têm que aturar caras amolando elas na rua, mesmo que vistam roupas que as cubram dos pulsos aos tornozelos. Mulheres têm que aguentar, às vezes, assédio no ambiente de trabalho. Elas têm que aguentar estereótipos sobre todo tipo de coisa. Elas têm que aguentar, muitas vezes, a violência dentro da própria casa. Elas têm que parecer femininas e cumprir um punhado de frescuras que só se aplicam a elas, porque os homens podem - não necessariamente fazem - arrotar, usar roupas mais largas, terem pelos, terem as unhas feias, comerem o tanto que quiserem, terem vocabulário menos polido e andarem sem camisa pela rua, mas as mulheres não podem fazer nada parecido senão as pessoas já começam a olhá-las de um jeito incomodo ou dar um daqueles discursos típicos de gente cabeça fechada. Elas não podem seguir carreiras nas quais geralmente só homens trabalham sem receberem um olhar torto.
     Quando digo igualdade de direitos, quero dizer uma igualdade real e aplicada de direitos. Salários iguais, sem esterótipos, direito de não ser discriminada, ser respeitada, direito de não ser sempre considerada mais frágil, direito de não generalizarem as mulheres, direito de poder morar sozinha e se sustentar sem acharem estranho ou que "ficou pra titia", direito de seguir a carreira que quiser, direito de tomar suas próprias atitudes sem julgamentos, independente de quais sejam elas, direito de saber o que é melhor para si mesma e para o seu corpo, direito de andar na rua em paz e sem medo de escutar algo desagradável e nojento
     Então, meus caros, a sociedade está bem longe da igualdade entre homens e mulheres - ou da justiça entre as pessoas diferentes em um sentido geral - e isso só vai mudar quando cada mulher reconhecer que pode decidir o que fazer ou não com a própria vida. Mostrar isso aos homens que ainda não entenderam o recado é só a outra parte do problema. Lembram do filme "Vida de inseto"? É mais ou menos assim. Se você não se enxerga do modo que quer que te enxerguem, ninguém vai.

     We can do it, 

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