Era uma vez: Doeu?

     Despedidas doem, não importa o que você diga. Não é um incômodo leve ou um machucado que só arde quando cutucamos, é um nó gigante na garganta, é sentir frio na barriga e vontade de esmagar o rosto num travesseiro e gritar, é saudade antecipada. É vontade de que vocês pudessem se despedir melhor, mesmo que levasse anos para que você criasse coragem para fazê-lo. 
     A despedida é uma dor no peito até de quem não tem coração. Na hora, não importa se tal pessoa já te fez mal, se não parecia gentil, se nunca falou com você. Você chora por dentro, já que, querendo ou não, esse alguém agora fará parte do seu passado. 
     Ninguém se importa se você o conhece há 2 anos ou há 7, não é o tempo que cria laços, é você.
     No entanto, a pior parte das despedidas, é que você não escolhe quando nem quem. Na verdade, ninguém escolhe. As pessoas vão quando tem que ir, e você não sabe se algum dia vão voltar. Ou sabe, mas simplesmente não quer encarar a crua e pálida verdade de que não vão. As despedidas, por mais que não queira acreditar, nunca são um começo, elas sempre são o fim de uma vinda, que acabou ocupando mais espaço do que deveria. 
     Logo, fale o que tiver de falar e faça o que tiver que fazer, porque despedidas podem ser tanto um "até logo" quanto um puro e real "adeus". 

     Ave Atque Vale,